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A companhia aérea paraguaia iniciou sua operação ligando Assunção a Porto Alegre; confira no post mais detalhes sobre o evento e os planos da empresa para o Brasil.
A Amaszonas foi fundada em 1998 na Bolívia e começou a operar em 2000. Seu objetivo, inicialmente, era servir localidades não atendidas do país com uma frota de Cessna Caravan e Fairchild Metro.
Em abril de 2012, a AeroSur, uma das duas grandes do mercado boliviano, quebrou. Assim começou sua expansão: em junho, chegava seu primeiro CRJ-200. Em 2013, eram quatro; no ano seguinte, sete.
Foi nesse ano que a Amaszonas começou seus investimentos em outros países. Em abril de 2015, adquiriu a estrutura da finada BQB, que até o ano anterior era a única companhia aérea de passageiros do Uruguai. Quatro meses depois, foi anunciada a Amaszonas Paraguay.
A Amaszonas Paraguay é fruto de um investimento tríplice entre a Amaszonas Bolívia, a Air Nostrum, uma grande regional europeia que voa em parceria com Iberia, e a AvMax, empresa canadense presente em diversos países e que presta serviços em diversas áreas da aviação, incluindo leasing.
Em 19 de março de 2016, inaugurou suas operações entre Assunção e Montevidéu. Desde então, ampliou sua malha para diversas cidades, como Ciudad del Este, Iquique e Buenos Aires. Já conta com três CRJ-200 e em alguns dias chega o quarto.
Em setembro desse ano, deu mais um passo em sua trajetória: protocolou junto à ANAC pedidos de voos ligando Assunção a Porto Alegre, Campo Grande e Curitiba; as duas primeiras com três voos semanais e a última com quatro. Em novembro, foram iniciadas as vendas. O Ponte Aérea acompanhou o evento de apresentação da empresa ao mercado gaúcho, realizado em Porto Alegre (POA) no dia 7 de dezembro.
Antes de iniciar os voos abertos a passageiros comuns no Brasil, a Amaszonas Paraguay passou por cada uma das três cidades para apresentar à imprensa local seu plano de negócio, área de atuação e proposta. A primeira a receber foi POA. O voo AZP888 chegou com todos os 50 assentos ocupados às 12h14 de uma quinta-feira nublada; foi recebido com o tradicional batismo pelo Corpo de Bombeiros.
Após o desembarque, teve início o evento. Esse foi acompanhado de um almoço oferecido pela companhia em um buffet localizado no aeroporto, com cardápio especial para a ocasião.Primeiro a gerente de vendas da empresa no Brasil fez uma breve introdução, seguido da breve fala do gerente-geral da Amaszonas Paraguay, Romulo Campos. Em suma, disse que a proposta da companhia é oferecer conveniência aos passageiros com voos não atendidos a partir do Paraguai; voar em operações de “nicho”. Segundo Campos, isso se viabiliza porque o CRJ-200 tem um tamanho adequado para a demanda das rotas em que operam; como a concorrência não dispõe de aeronaves na faixa dos 50 assentos, elas não conseguiriam obter rentabilidade em tais trechos.
Após isso, uma série de autoridades políticas discursaram, destacando a crescente relação entre Brasil e o Paraguai, comemorando com o novo voo.
Após a retirada dos pratos principais, Campos foi conversar com os jornalistas presentes. Não desviou de nenhuma pergunta, o que geralmente é comum nesse tipo de conversa. Os pontos mais importantes de nossa conversa muito produtiva:
- Sempre que pôde, o gerente-geral da Amaszonas Paraguay destacou a vantagem que a empresa tem em suas rotas com uma aeronave menor. Disse que o ponto de equilíbrio da operação é 60%, o que é bem impressionante se compararmos com a média das três maiores brasileiras, que é 80%.
- Destacou que a Amaszonas não se considera uma low-cost, e que o Bombardier tem um custo por assento similar ao dos concorrentes. Por isso, quando indagado se a escolha de Campinas em vez de Guarulhos foi feita para evitar a LATAM disse que a decisão foi feita devido à falta de slots e dificuldade de encontrar horários adequados em Guarulhos.
- Disse que as vendas ainda estão baixas, mas disse que “vão subindo”. A ocupação do primeiro voo, até a data, era de 40%. Disse, contudo, que os estudos asseguravam e davam-lhes certeza de que a rota seria lucrativa. Destacou o tráfego corporativo como grande promotor do fluxo de passageiros, devido à baixa carga tributária paraguaia, que atrai vários empreendedores brasileiros. Além disso, o tráfego de pessoas em visita a parentes também é importante.
- Denotou que mais voos domésticos não são realizados porque há forte concorrência com o transporte rodoviário no Paraguai, por isso a conexão por via aérea até outras cidades paraguaias fica impossibilitada. Contudo, revelou que já há estudos em andamento para um possível voo entre Porto Alegre e Assunção com escala em Ciudad del Este.
A expansão da Amaszonas no Brasil não se limita apenas a essas três cidades; a partir de 18 de janeiro ligará Assunção a Campinas com voos diários. E começando no mesmo dia, o Rio será conectado à capital paraguaia três vezes por semana. Também há planos para que a filial uruguaia do grupo inicie voos para algumas cidades estratégicas brasileiras no ano que vem.
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